domingo, 15 de julho de 2012

Recap de Drácula - Parte 1

Ando meio relapsa, né? (Meio é apelido, eu sei...) Mas é que manter mais de um blog é um movimento ninja que eu não aprendi direito, e como Bram & Vlad está atualizando toda semana, já dá pra ver que os outros setores da minha internerd andam capengando.

Pra hoje, escolhi fazer um post cheio de spoilers (mwahaha), ou nem tão spoilers assim, recontando a história do livro Drácula pela minha perspectiva. Por quê? Um monte de gente diz que quer ler Drácula, mas quando vê que o livro é um tijolinho, liga o modo Nemly & Nemlerey e segue perdendo uma história muito bacana. Pior: a maioria das pessoas acredita piamente que as versões cinematográficas guardam alguma fidelidade aos livros (pobres ingênuos...) e que Drácula, em sua origem tinha alguma semelhança com Bela Lugosi. Amores de minh'alma, o livro Drácula NÃO é uma história de amor impossível entre um vampiro secular atormentado e uma mocinha, e Coppola seja amaldiçoado por fazer as pessoas pensarem isso, com seu filme.

Então, pra quem já leu o livro e não achou essa Coca-Cola toda (talvez porque esperava que Drácula fosse um anti-herói atormentado apaixonado pelas mocinhas que morde) e pra quem não leu e diz que vai ler, mas sabe no fundo da alma que não, não vai, logo depois da quebra, temos uma versão condensada do livro. a primeira parte, pelo menos, isso acabou ficando maior do que eu esperava... No final dessa parte, um breve pensamento meu a respeito da teoria de alguns, de que Drácula é o verdadeiro herói do livro, salvando as mocinhas da sociedade vitoriana repressora.

Bom proveito!


Tudo começa com o corretor de imóveis Jonathan Harker, um inglês aparentemente muito normal, esperando trem para uma cidadezinha encravada na Transilvânia (que pertencia à Hungria, não à Romênia nessa época - você não queria saber disso, mas agora já sabe, RÁ!). Como todo inglês normal que se preze, ele reclama da pontualidade dos trens, comenta sobre o exotismo dessas terras incivilizadas que visita e pega receitas para sua amável noiva. Diferente dos outros ingleses, ele mantém um diário em caracteres estenográficos e... pasmem!... deu-se ao trabalho de aprender um pouco de alemão, que era uma espécie de língua franca no Leste Europeu, ao invés de falar em inglês e esperar que o entendam. Essa era a primeira dica sutil de Stoker de que Harker tem um pouco mais de miolos que o herói vitoriano padrão. (Não acreditam? Tem um momento que identificam um Harker doente e mentalmente perturbado como inglês por causa de seu comportamento brusco. Ouch.)


Caracteres do sistema Pitman de estenografia, usado por Jonathan e Mina. Ele era o mais popular na época de Drácula, mas muitas pessoas criavam seus próprios sistemas.

Ele chega no vilarejo, ri das superstições dos camponeses, mas acaba ficando com o crucifixo que uma senhora assustada dá a ele "pelo amor de sua mãe". Como protestante instruído, ele não acredita na idolatria de símbolos, como esse de Jesus pendurado na cruz, mas não quer fazer desfeita à senhora. Do hotel, ele é levado de carruagem até o caminho do Castelo Drácula, onde desce da carruagem comunitária para entrar em uma outra, dirigida por um cocheiro sinistro e vagamente ameaçador. Depois de uma viagem estranha, em meio ao nevoeiro e aos lobos, ele é despejado às portas do Castelo e fica congelando do lado de fora, até ser ser recebido pelo nobre que foi visitar: o Conde Drácula.


Toda vez que eu falar o nome dele, favor imaginar o ruído de trovões.

Só que ao invés do nobre charmoso e misterioso que muitos estavam esperando, somos apresentados a um velhote pálido, gelado, de lábios carnudos e exageradamente vermelhos, nariz de gancho, monocelha, mau hálito, unhas compridas e afiadas e... écat!... pêlos nas palmas das mãos (pensando bem, você também teria se morasse 400 anos em um castelo com as mesmas três esposas - não desconverse). Ah, sim, e com um magnífico bigode húngaro.

Harker, naturalmente, não julga seu cliente por sua aparência terrível. Ele está lá para fazer negócios da maneira mais eficiente possível, ambicioso e competente como é. Ele é jovem, quer se casar e impressionar seu empregador (que mais tarde é promovido a figura paterna desse rapaz órfão), logo, não mede esforços para ser útil ao Conde até nas menores coisas, como ajudá-lo a se livrar de seu sotaque estrangeiro engraçado (com isso, mais um clichê vampírico de Hollywood cai, o do vampiro com sotaque bizarro).

Tudo vai bem, apesar da solidão que Harker sente no Castelo, e o fato de que ele e seu empregador só se encontram de noite. Temos até um discurso inflamado do Conde sobre as glórias passadas de seus "ancestrais", terminando com uma amarga constatação que aqueles tempos de batalhas sangrentas e gloriosas já acabaram. Até esse ponto, o Conde parece uma figura afável e solitária, e você não consegue evitar de sentir alguma simpatia por ele.

Daí por diante, as coisas começam a ficar estranhas. Primeiro, é o comportamento violento do Conde quando Harker se corta ao se barbear (e ele se corta porque não viu em seu espelho que alguém estava chegando por trás); depois, é o nobre que é visto se locomovendo agarrado às paredes do castelo, como um lagartão. Por fim, nosso bom Jonathan constata que é o Conde quem faz todos os deveres domésticos do Castelo, significando que estão sozinhos lá.

Os nervos do jovem começam a falhar cada vez mais, e ele chega até a apelar para o crucifixo que desdenhou. As coisas dão uma virada para a pior quando ele cai no sono em um cômodo estranho do Castelo (de pura pirraça, já que o Conde o alertou para não fazer isso, mas os dois discutiram mais cedo naquele dia) e quase é mordido por um trio de vampiras belas, mas um tanto horripilantes. O couro dele é temporariamente salvo por Drácula, mas agora Harker sabe demais...

Até aqui, o início da história é mais ou menos bem preservado na maior parte dos filmes, exceto que o pessoal sempre subestima o pobre Harker. Certo, até o momento, parece que ele estragou tudo e vai virar comida de vampiro em breve. Porém, quando ele percebe que tem apenas algumas semanas de vida, até que deixa de ser útil ao Conde, o rapaz vai ficando cada vez mais esperto, por puro desespero. Em seus últimos dias de prazo, o desespero é tanto, mas tanto, que ele sai pela janela de seu quarto e vai escalando a parede do Castelo até o quarto do Conde, atrás de uma saída. Eu mencionei que três das paredes do Castelo em questão ficam sobre um precipício de uns cem metros de profundidade? Pois é, ficam. E ele faz esse trajeto DUAS VEZES. Na segunda vez, ele tenta esmagar a cabeça de seu inimigo com uma pá, mas infelizmente isso só causa uma cicatriz vermelha e feiosa na testa do velho. Da terceira vez, Jonathan decide escalar até o fundo do precipício, vendo que essa é sua única rota de fuga. Lembrem que qualquer passo em falso é morte certa.

Nesse ponto, o livro corta para o diário da noiva dele, a Mina, e nós amaldiçoamos Stoker por fazer tanto suspense.

Assim como seu noivo, Mina é facilmente subestimada para quem lê o livro na pressa, mas pistas de que ela é feita de material mais resistente do que parece são dadas logo de cara: ela comenta que está estudando para ajudar Jonathan em seu trabalho. Os dois vão se casar, e ela mostra que tem tanto interesse quanto ele em fazê-lo subir em sua carreira. Ela começa um diário estenografado apenas para que fique mais fluente nessa forma de escrita e para que sua memória melhore. Mais tarde, Mina revela que seus estudos para ajudar o marido foram ao ponto dela decorar a tabela ferroviária de sua cidade, mais todos os trens do caminho de Jonathan para a Transilvânia, para que pudesse ajudá-lo a montar seu percurso e lidar com qualquer imprevisto. Acha que é pouco? Vá até a rodoviária de sua cidade e decore a chegada e partida de todos os ônibus de lá, depois venha me dizer.

Enfim, ela é culta e eficiente, e a verdadeira heroína de metade do livro. Mas estou me adiantando.

Por ora, temos nossa mocinha feliz, visitando Lucy Westenra, sua amiga de infância. Lucy é de família nobre, mas é alegre e despreocupada, sem ligar muito para modismos e vaidades. Tudo começa muito inocente, com Lucy contando como conheceu um rapaz numa festa da alta sociedade e se apaixonaram, como ele apresentou a ela seus dois melhores amigos, e como os três terminaram propondo casamento a ela. Claro que ela aceita a proposta do "rapaz esbelto de cabelos encaracolados" que ela conheceu na festa.

Esse rapaz é Arthur Holmwood, filho de um nobre doente e seus amigos são o quieto e reservado Doutor John Seward (apelidado de Jack pelos amigos) e o americano cavalheiro e bem-humorado Quincey Morris. Dr. Seward é psiquiatra e tem seu próprio hospício. Assim que é rejeitado por Lucy, ele entra em cena com seu diário gravado em um gramofone (o que mostra que ele é o equivalente vitoriano ao nerd que está sempre em dia com o mais recente brinquedinho tecnológico, enquanto ele ainda é caro e inacessível à maior parte da população - tipo, sei lá, alguém que comprou um iPad assim que foi lançado). Nesse diário, conhecemos Renfield, um de seus pacientes, que tem obsessão por comer insetos, achando que com isso absorverá a vida deles.

Logo aprendemos que Lucy é sonâmbula, e as coisas vão de mal a pior depois de uma das cenas mais tétricas e legais do livro: uma tempestade enorme desaba sobre a cidade costeira de Whitby. No meio da borrasca, um navio aparece, aparentemente desgovernado, adernando ao sabor dos ventos, mas cada vez mais próximo da costa. Depois de muita luta, ele finalmente atraca, e um enorme cão pula lá de dentro. Todos sentem uma aura sinistra vindo do navio, até que seus receios são justificados: ele está totalmente vazio, com exceção do cadáver do capitão do navio, que está amarrado ao leme por um rosário e tem uma expressão de puro terror no rosto. Seu diário de bordo conta como sua tripulação aparentemente libertou um terrível mal sobre o navio, que passou a matar todos, um a um. Apenas o capitão sobreviveu, com a sanidade abalada (mas ele acaba morrendo de fome por não poder se afastar dali), porque tal força maligna não pôde se aproximar do rosário.

Tal força, é claro, é o Conde Drácula.

Eu nunca me canso disso.

A pobre Lucy, em seu sonambulismo, acaba topando com um Conde faminto, e passa a ser drenada por ele, dia a dia. O pior? Nós de fora sabemos disso, mas Mina, quem cuida de Lucy, não faz nem ideia. Quer dizer, se sua amiga sonâmbula está indisposta, você não pensa em vampiros para explicar isso. Mina também está cada vez mais ansiosa. Harker deveria voltar para casa em meados de junho, e é agosto sem que ele tenha dado nenhuma notícia. Nós, que sabemos como ele terminou seu diário, começamos a temer pelo pior, também.

Finalmente, pondo fim aos nossos temores (e ao da moça), um hospital católico manda notícias dele: ele foi recolhido numa estação de trem, em estado de choque (a famosa "febre cerebral"), e ficou um mês internado e tendo pesadelos até que pudesse se identificar e escrever para ela e para o chefe. Mina viaja até ele imediatamente e os dois se casam. A cena é muito fofa.

Tudo estaria bem, se Lucy não estivesse se sentindo cada vez mais fraca. Seu noivo pede que o Dr. Seward a examine, e é então, quase 200 páginas depois que o livro começa, que ele chama seu amigo e professor, o Prof. Abraham Van Helsing, de Amsterdã. Note que o ilustre professor (que tem um alfabeto de títulos acadêmicos depois do nome) é chamado por ser uma autoridade em doenças obscuras, não por ter alguma reputação como caça-fantasmas vitoriano.

Não se anime demais, eu já tive essa ideia.

Van Helsing, aqui, é representado como sendo a encarnação da Ciência e, quando ela não é o bastante, da Fé. Ah, sim, e além de médico psiquiatra, ele sabe um pouco de todas as outras áreas da Medicina, já foi advogado, filósofo e metapsíquico, fala uma renca de idiomas e, embora se descreva como alguém que não sabe manejar armas, mais pro final do livro, ele ameaça abater uns ciganos com uma espingarda de caçar lobos. Escondido no alto de uma pedra, no melhor estilo sniper. Sem contar que sua contagem de corpos é uma das maiores do livro, ficando atrás apenas do Conde. E isso porque ele foi gentil com os sentimentos de Arthur Holmwood, mas novamente estou me adiantando.

Bom, a luta do Dr. Seward e do Prof. Van Helsing contra o Conde, conforme ele drena Lucy cada vez mais é cheia de vitórias e derrotas para as duas partes, e quem quiser detalhes, pode ler o livro. Vale a pena ver o respeitável professor ter ataques de raiva a cada derrota e comemorar a cada vitória. Van Helsing não diz a Seward suas suspeitas de que um vampiro está por trás de tudo durante o tratamento e, a julgar pelo sólido ceticismo do Dr., mais tarde, acho que dá pra entender por quê.

Infelizmente, Drácula acaba vencendo e Lucy morre. Lendo seus papeis, o Professor descobre que Mina deu a ela assistência durante a fase inicial dos ataques e vai até ela fazer perguntas. Falarei mais desse encontro na parte 2. Ao mesmo tempo, temos indícios de que Lucy voltou como vampira, e o laço em torno dela começa a se apertar. Em uma atmosfera delicada de terror, Van Helsing tenta flagrar Lucy como vampira para convencer John de sua transformação, mas esse é um processo longo e cheio de percalços. Não recriminem o bom doutor, vocês também achariam que um senhor de alguma idade está caducando, caso ele lhe diga que a garota que você ama agora é uma morta-viva e deve ser estaqueada e decapitada.

Por fim, o Professor decide que terá que convencer Arthur e Quincey também, já que, se o túmulo for aberto mais tarde, eles podem achar que Lucy foi enterrada viva e depois assassinada por pessoas supersticiosas. Assim, Van Helsing, fervoroso católico, usa uma vedação feita com a Hóstia para controlar as entradas e saídas de Lucy durante as caçadas dela, de modo que finalmente poderá levar o trio de amigos ao cemitério e pegar a vampira em flagrante.

A atmosfera da cena é daquelas que só um escritor gótico do período vitoriano consegue criar. A maioria dos imitadores modernos consegue só uma pálida semelhança. Malzaê.

Enfim, depois de mostrar a seus amigos que Lucy, agora, é um monstro (literalmente) desalmado, se alimentando do sangue de criancinhas e pronta a seduzir seu noivo apenas para saciar a sede da meia-noite, os três concordam que devem aplicar a ela o tratamento reservado aos vampiros e dar a ela o merecido descanso cristão após a morte.

A cena do estaqueamento é o que a cena de estaqueamento de um corpo deve ser: algo sombrio, nojento e traumático. Enterrar a estaca (que mede um metro de comprimento, e não apenas alguns centímetros) no peito de Lucy requer muitas marteladas de um cara forte (Arthur, no caso, já que matar um vampiro é encarado como uma missão sagrada, e um ato de amor para com a pessoa amaldiçoada), sangue coagulado espirra para todo lado e a vampira solta gritos terríveis enquanto isso. No fim, Holmwood está emocionalmente exausto, e somente a expressão de paz que Lucy agora tem (além dela ter revertido para a aparência que um cadáver de mais de uma semana deve ter) consegue acalmá-lo. Nos filmes hollywoodianos, estaquear parece ser algo tão fácil e trivial que perde muito do seu impacto.

Os quatro homens saem do túmulo de Lucy com a alma lavada, apesar do Professor explicar que seus problemas estão apenas começando...

Acho que vou terminar a parte 1 por aqui, com essa vitória parcial. Antes, só uma pequena digressão: muitas pessoas interpretam os homens em torno de Lucy como sendo o Patriarcado Repressor e Drácula, como um símbolo da sexualidade recém-descoberta dela, que a tornam uma mulher independente e, por isso, um monstro de acordo com os padrões vitorianos.

Assim, o fato de Drácula meio que escravizá-la através do controle da mente, causar a ela dores e pesadelos, forçá-la mentalmente a se calar quando ela quer contar sobre o que a incomoda e, depois que ela finalmente volta como vampira, largá-la sozinha no cemitério, à mercê de um homem obstinado, que sabe sobre os vampiros e como caçá-los, não me parece beeeem simbolizar que ele quer libertá-la de alguma coisa, ou que se tornar vampira é melhor para a feminilidade de Lucy do que se casar com Arthur. Só me parece que ela saiu da escravidão da moral vitoriana para cair em uma escravidão pior, uma vez que, como donzela reprimida pela sociedade patriarcal, ela pelo menos ainda pode pensar por si própria, caso deseje fazê-lo. Drácula mostra mais de uma vez que pode não só ler na mente de seus subordinados que eles querem traí-lo, como faz questão de puni-los imediatamente por fazer isso. Yay.


"Eu reconheço que mulheres são mais fortes e independentes do que os homens vitorianos pensam, e que são capazes de pensar por si próprias e me derrotarem. É por isso que, ao contrário desses tolinhos, retiro delas a capacidade de pensarem por si próprias e as mantenho trancadas em meu castelo, enquanto saio para dominar o mundo. Sou ou não sou muito feminista?" - Drácula



6 comentários:

  1. Ola

    Gostei da sua resenha/analise.

    Como fã de historias de vampiros, vi dezenhas de versões do Dracula, antes de ler o livro e foi sim uma surpresa ver oq quanto foi banalizado com o passar do tempo.


    No quisito vampiro como antagonista, o original ainda é meu preferido.

    Aguardando a continuação.

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    1. A continuação virá poucos dias, obrigada. ^^
      Eu não diria banalizado, mas tirado de contexto. É claro que existem milhares de versões de Drácula, e milhares de tipos de vampiros, e eu sou bem eclética nos meus gostos. É só que me dói ver o desperdício de personagens e tramas nas adaptações. Elas viram sempre "nobre charmosão morde meninas bonitas", e todo o resto vira só mero acessório. É frustrante. :/

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  2. Sim. o papel de amante amaldiçoado cai bem em outros vamps, mas dar esse foco acaba fazendo tudo o mais passar pra segundo plano.

    Parabens pelo blog.

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  3. legal agora espero a continuação ansiosamente

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    1. Obrigada. A continuação já saiu, é só ir ali no arquivo do blog. Ou pode clocar aqui: http://oconservatorio.blogspot.com/2012/07/recap-de-dracula-parte-ii.html :)

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