terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O Baronato de Shoah - A Canção do Silêncio

Antes de mais nada: tava aqui vendo as keywords do blog (aquelas palavras que o povo digita no Google pra parar aqui) e me deparo com:

quero conseguir um contato com um vampiro tauriano

Pouco mais para frente, acho:

tem um vampiro me seguindo o que significa

Caros(as) leitores(as), vampiros vivem de sangue que catam das pessoas desavisadas. Stalkear é uma segunda natureza para eles. Pense nisso antes de procurar contatos com vampiros. #fikdik

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Bom, mas o que interessa é que li recentemente o romance Baronato de Shoah - A Canção do Silêncio, do José Roberto Vieira. E aí, conhece o gênero steampunk? Não? Deveria, seu desinformado. Vai lá na wikipedia, que eu espero.

Como assim eu deveria ter explicado aqui? Cambada de folgado que quer tudo na mão...

Enfim, tão aí as impressões:


Que fique claro que eu GOSTEI do livro. Sei lá porque tem gente que acha que comparar com videogame é diminuir alguma coisa... Eu AMO videogame e desafio alguém a dizer que não gosta de nenhum joguinho.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Meus top 10 livros de vampiros

Olha, não é fácil fazer isso.

Eu li TANTA coisa, mas TANTA coisa sobre vampiros ao longo da minha vida, de contos a romances, de mangás a historinhas da Turma da Mônica, que é difícil selecionar um top 10 das histórias. Mesmo dos livros, é complicado selecionar 10 sem cometer injustiças. Ainda assim, como eu tenho preguiça de fazer um top 20 como eu amo meus leitores do blog e faço tudo por eles, resolvi montar o top. Futuramente, quero montar um top 10 histórias sobre praticantes de magia, por que estou escrevendo sobre isso no momento. :B

Uma das dificuldades em ranquear as histórias abaixo foi que "livros de vampiro" não são um gênero. Vampiros abarcam vários gêneros, do horror ao infantil. É difícil comparar um livro infantil com um de terror pra escolher um melhor. Sendo assim, ranqueei pelo nível de influência que o livro em questão teve no modo como eu vejo e escrevo os vampiros - colocando os livros que li há mais tempo por último, quando só lembro deles um eco distante.

Mas chega de papo e simbora:

10 - Série Draculinha (Carlos Queiroz Telles)

São livros infantis que conheci na aurora da minha vida, na minha infância querida, que... bom, vocês entenderam. Os livros do Draculinha são uma sátira escrachada da Tradicional Família Brasileira. É meio pastelão hoje que sou adulta, mas eu adoraaaava quando era criança. Tinha um tom diferente dos outros livros infantis e eu gostava da Dracunilda. Por muito tempo, foi uma das únicas vampiras não-femme-fatale que eu conheci e isso era sempre um refresco.

9 - O diário de um vampiro (Hudson Simão) - não confundir com a série Diários de um Vampiro, OK?

Esse livro infanto-juvenil era meio um guilty pleasure de adolescente, mas ele tem seus méritos. Ele conta a história do Augustus, um gentil cavalheiro polonês que salva um homem mortalmente ferido e, como recompensa, esse homem o transforma em vampiro. O livro está cheio de umas coisas bizarras e contraditórias, do tipo: no seu diário, Augustus anota que foi instruído a tomar TRÊS VEZES O SEU PESO em sangue TODA NOITE. Matemática, caras: um homem médio pesa em torno de 70 kg. Três vezes o seu peso é 210 kg. Um ser humano médio tem uns 6 L de sangue no corpo. Como sua densidade é bem próxima à da água, cada litro de sangue pesa pouco mais de 1 kg. Logo, o cara teria que secar nada menos que 35 pessoas adultas POR NOITE. Mas, mais pra frente, tem uma seca na cidade e Augustus comenta que, antes da seca, um humano saudável podia alimentar até dois vampiros. É. Nesse níuvo.

Ainda assim, eu li e reli porque gosto da atitude positiva do Augustus e da Clarice, a esposa dele. Nenhum dos dois vai pro cantinho da vergonha choramingar porque não gosta de matar humanos, mas é preguiçoso demais pra pensar em outro método de conseguir sangue. E isso não faz deles monstros amorais, o que costuma ser o outro lado do espectro. E além de tudo, a história é uma aventura e eu gosto de aventuras.

8 - Sete faces do terror (Vários) - A marca da serpente (Carlos Queiroz Telles - é, de novo - conto)

Antes que você abra a boca: meu blog, minhas regras. Eu quis falar sobre um conto, posso?

Esse conto específico eu cito porque achei muito legal. Muito legal mesmo. Legal o bastante para eu ter andado anos com o xerox dele antes de comprar o Sete Faces em um sebo. Olha, mais uma vez: essa é uma lista pessoal. Aposto que você pode vir com milhares de contos de vampiros mais originais, mais intrigantes ou mais bem escritos que esse, mas foi o impacto que ele me causou que faz ele vir aqui. E, pra ser honesta, não tem taaaaaantos contos de vampiros melhores que esse circulando por aí em papel impresso. :P

A Marca da Serpente conta a jornada de Vlad (nãããão), um vampiro que resolveu ir pra Inglaterra, mas foi preso na primeira mordida. Como o enforcamento não resolveu para ele, resolveram degredar o demônio pro Brasil. Aqui, ele dorme um sono de um século e, quando acorda, ele não sabe se tem mais sede de sangue ou de companhia. Numa fazenda isolada, ele conhece uma moça bonita e decide que a quer - ele não se apaixona e quer conquistá-la, ele a quer - uma decisão que vai ter consequências inesperadas.

Uma nota curiosa: eu ouvia os sons desse conto. De alguma maneira que não sei explicar, eu ouvia.

7 - O vampiro que descobriu o Brasil (Ivan Jaf)

Esse livro só está aqui embaixo pelo tempo que eu li. Não, veja a premissa: Antonio era um português tranquilo, dono de uma taverna. Daí, um vampiro o ataca, mas por razões misteriosas, larga a "refeição" pela metade e o resultado é um gajo de presas longas. Um vampiro amigável, condoído com a situação do Antonio, explica que, para voltar a ser humano, ele deve matar o seu "criador" e aspirar suas cinzas. E explica que o Velho, o dito criador, está possuindo um corpo e embarcando na frota de Pedro Álvares Cabral.

Antonio tenta de tudo para matar o Velho antes disso, mas sem sucesso, acaba embarcando no navio e torcendo para resolver tudo e voltar para casa o quanto antes. Infelizmente, o plano não dá lá muito certo, e ele termina no Brasil, perseguindo o Velho pelos próximos 500 anos. A história é deliciosa e uma excelente desculpa para ensinar História do Brasil. O momento em que o Antonio grita "CHEGA!" e resolve fazer seus poderes servirem para alguma coisa prática é uma das melhores cenas do livro todo.

6 - Os Sete (André Vianco) & Alma e Sangue - O Despertar do Vampiro (Nazarethe Fonseca)

Quem disse que não posso pôr dois livros em uma posição? O top 10 é meu, criatura!

Tá, o Vianco pode não ser um primor da literatura, mas duas coisas você precisa admitir: Os Sete é um marco da literatura de vampiros no Brasil e o livro é divertido. Literatura cinematográfica no que tem de melhor e pior, e realmente recomendo. Não foi por pura sorte de principiante que o livro vendeu horrores, a ponto do Vianco conseguir emplacar mais um monte de livros e merecer uma exposição em homenagem a ele. O Diego já resenhou aqui.

Alma e Sangue, da Nazarethe, não teve tanto hype, mas também se tornou bastante popular. A escritora já escrevia romance com sanguessugas bem antes de Crepúsculo dar as caras, mas seus romances açucarado são, na verdade, azedinhos-doces. Ou seja, saborosos o bastante pra não te darem diabetes. Pra quem gosta do gênero, vale uma boa olhada.

5 - Vampiro: A Máscara - Livro do Jogador (?)

Mais uma vez, nem uma palavra sobre o que vale e o que não vale aqui. Esse é um livro, certo? Fala sobre vampiros, certo? Então, shhh.

Não dá pra negar que VtM (Vampire, the Masquerade - os americanos amam siglas, e elas facilitam a vida) influenciou toda uma geração. Eu nunca joguei RPG presencial na vida (só de videogame :B), mas eu conhecia VtM e cheguei a pegar o livro do jogador emprestado de um amigo só para conhecer sua mecânica e a história permeando o cenário.

As historinhas online mostrando a interação entre um membro estereotípico de cada clã me divertiam um bocado, e eu admirava como o jogo tinha conseguido compilar praticamente todos os poderes e características que os vampiros tinham ganhado em todo o século XX. E mais, de uma forma coesa e agradável. Nosferatu, Drácula e Louis são bem diferentes entre si, mas os três podem ganhar uma ficha de personagem de VtM bem arrumadinha e completa.

Ainda assim, o cenário não me pegou o bastante para eu querer escrever histórias baseadas nesse universo, por exemplo. Sei lá, acho que era justamente isso, todo tipo possível e imaginável de vampiros rondavam esse cenário, e eu não era necessariamente fã de todos eles. Além disso, acho que li contos DEMAIS baseados no universo de VtM, e isso me deixou meio enjoada. Ainda assim, reconheço o mérito do bicho.

4 - Entrevista com o vampiro (Anne Rice)

Agora é o seguinte. Eu SEI que estou devendo a leitura de O Vampiro Lestat até hoje. Eu SEI. Mas acho que Entrevista me encantou e traumatizou um bocado para os demais da autora. Vejamos se me explico.

Quando assisti Entrevista com o Vampiro na TV, tudo o que eu posso dizer foi que eu fiquei *_________*

Só um emoticon explica isso apropriadamente. Não só os atores era lindos (a garota que nunca suspirou por eles que atire a primeira pedra!), mas deve ter sido o primeiro filme de vampiros - sem ser comédia - em que eles não eram os vilões a serem caçados e destruídos para trazer a felicidade aos mocinhos. Isso era diferente, para dizer o mínimo, e me pegou em cheio. Tempos depois, peguei o livro emprestado (não me lembro bem onde) e devorei. Eu devia ter o quê? Quatorze anos? Quinze? Sei lá, algo assim. O livro me fascinou porque era grande, denso e com uma trama que fazia sentido (e melodramático no ponto para um adolescente, embora isso eu só tenha percebido mais tarde...). E claro que eu sempre imaginava o Louis como o Brad Pitt.

Recentemente, comprei e fui reler o livro e fui obrigada a parar, por que a emice afetada do Louis me cansou antes das 100 primeiras páginas. Acho que tenho que estar no humor certo para ler o livro. Enfim, Anne Rice está mais para cima no top 10 porque os livros dela são seminais para as histórias modernas de vampiros (Crepúsculo é uma simples flanderização* de Anne Rice), porque eu acho que ela escreve bem em comparação com os derivados dela e pelo que o livro significou para mim quando o li. Mas não entrou pro top 3 porque já tem algum tempo que ele não me influencia em nada a não ser piadas. :P

3 - O vampiro antes de Drácula (Marta Argel e )

É um ensaio sobre os vampiros na literatura antes da publicação do livro Drácula (o que, você não sabia que existiam? ಠ_ಠ) com uma série de contos escolhidos entre os que os autores acharam ser o melhor da literatura vampírica do século XIX pré-Drácula.

Eu já sabia de muito do que foi falado, e li muita coisa nova nesse livro, também. Acho uma leitura super-hiper-mega-válida para metade dos críticos que ficam de "mimimi, vampiros têm que ser assim, vampiros têm que ser assado, mimimi, essa geração tá perdida" e para muitos autores que saem copiando e/ou flanderizando VtM.

2 - Carmilla (Sheridan Le Fanu)

Aaaaaah, os clássicos. Não estão nessa posição porque eu acho que tudo o que foi feito depois é pior. Estão nessa posição porque gosto deles e pronto. Eles permitem uma liberdade que os trabalhos posteriores tiraram um pouco.

Não acontece nada de muito eletrizante em Carmilla, e, ainda assim, é uma história poderosa. Foi depois de ler que eu criei a Bessie, em Bram & Vlad. A personagem-título é interessante, e a novela tem algo que muitos tentam, mas não conseguem criar: atmosfera. É uma atmosfera meio sinistra, meio inquietante, com um toque de exotismo. Acho que se pode dizer que é uma atmosfera gótica, mas em um nível que só alguém que viveu na Inglaterra do século XIX consegue criar. Aliás, eu acho esse o erro de muito escritor recente: tentar imitar uma atmosfera de um tempo que a pessoa não viveu, nem vivenciou, ao invés de tentar criar sua própria atmosfera sinistra.

Enfim, Carmilla é uma novela tensa, e muito interessante. E só por ter vários elementos que iriam mais tarde alcançar seu ápice em Drácula, já merece uma menção honrosa.

1 - Drácula (Bram Stoker)

Por que esse é meu livro preferido? Primeiro, por ser um dos únicos que me fez torcer de verdade pelos humanos e não pelo vampiro. Segundo, porque adoro vários dos personagens, mesmo que metade deles sejam só clichês andantes com um nome pregado. A outra metade faz valer a pena. E terceiro porque ele pega aquela atmosfera de Carmilla e eleva à décima potência.

Sério, Drácula ainda não perdeu o posto de uma das melhores histórias de vampiros de todos os tempos e não é à toa que o Conde é uma figura tão icônica da Era Vitoriana. Acho que não posso dar um testemunho maior do quanto amo esse livro do que ter nada menos que um blog de tirinhas que é basicamente uma fanfic de Drácula.

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E é isso. Mais uma vez: esses foram os livros que me marcaram, na ordem de significação que tiveram para mim. Não fiz esse top 10 com base em qualidade, originalidade ou o que quer que seja, mas na ordem do quão interessante achei a leitura.

Ah, por que Crepúsculo não entrou? Eu já disse, é uma flanderização de Anne Rice.

*Flanderização é quando você pega um traço da personalidade de um personagem e exagera até o personagem virar uma caricatura. Foi divertido ler a série Crepúsculo, admito, mas não trouxe muitos elementos novos para a minha bagagem. Pelo menos, não o bastante para merecer estar no top 10. Histórias de amor entre vampiro e humana, já li melhores (A Marca da Serpente, por exemplo), histórias envolvendo vampiros e adolescentes, idem (n mangás, só para começo de conversa), o Louis da Anne Rice meio que brilha ao luar, e rivalidade vampiros x lobisomens, dá até preguiça de contar. Ainda assim, ao codificar esses elementos, a obra de Stephenie Meyer provavelmente figuraria em uma lista de obras que acho importantes para entender a literatura de vampiros, por mais que doa no coração de muita gente de mente mais estreita. Desenvolvo isso mais em outro dia.

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Enquanto você lê este post, estou preparando um top 10 (talvez 20) de vampiros em outras mídias, e um top 10 livros de vampiros que eu gostaria de ter lido, mas o din-din não deixou.

Qualquer hora estarão aí.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Neon Azul, ou Cris me odeia

Postei essa tirinha só porque a Cris me desafiou a fazê-lo. E porque quem lê blogs como esse aqui é nerd o bastante para não poder tirar sarro da minha cara sem levar uma de volta.

O Neon Azul, romance do Eric Novello, é um tal de "romance fix-up" noir, o que é um nome bonitinho para um punhado de contos interligados que acontece em um mesmo universo. No caso, o universo do bar Neon Azul e seus frequentadores bizarros.



Eu tenho hábitos noturnos por natureza, não porque fico na internet a madrugada inteira. E tenho um sobretudo preto cheio de botões legais. O que mais preciso pra ser noir?