Que raios de paradez é essa?!
Não é muita boniteza? Menina vem, cria um blog pro Conservatório, não chama ninguém de lá e ainda deixa o troço ficar às moscas. Bonito, hein?
Bom, eu sou o Diego, minha mãe é a diretora dessa bagaça e eu estou entrando na equipe desse blog pra ver se ele anda. É um blog de literatura e talz. Não sou a melhor pessoa pra se falar sobre escrever, porque nunca escrevi nada fora da sala de aula. Mas sei lá, vou ver o que posso fazer. A Adriana me deu a ideia de dar dicas de leitura, e acho que vou fazer isso. Não tenho saco pra fazer resenhas nos moldes que meu professor de literatura manda, mas acho que posso dar a qualquer um uma boa ideia se ele quer ler certo livro ou não.
Até agora, o blog vem falando de escrita, vampiros, jovens, vampiros, etc. OK. Vou dar minha opinião técnica sobre um livro de vampiros famosinho aê que eu li e achei que valia a pena comentar. Na verdade, é um livro dividido em dois volumes, por assim dizer: Os Sete e Sétimo, do André Vianco.
Os Sete começa arrastado. Uns mergulhadores desempregados acham uma caixa de prata com uns nomes nela: Inverno, Acordador, Tempestade, Lobo, Espelho, Gentil e Sétimo (não necessariamente nessa ordem). Não, essa não é a lista de chamada de X-Men: First Class. Mas acho que chega perto. Continue lendo.
A caixa tem instruções em várias línguas que são algo como "não abra, ou o apocalipse vai ser desencadeado". Como são humanos, é CLARO que eles abrem a caixa sem tomar nenhuma precaução. Dentro dessa caixa, tem sete cadáveres mumificados. Se você não percebeu que são vampiros, sai dessa caverna enquanto é tempo. Bom, isso é importante porque, na ficção, tem um campo de distorção de probabilidade em torno dos vampiros que faz com que as chances de alguém sangrar perto deles aumente 500%.
Aqui não é diferente, e vemos a mocinha da história (uma das únicas mulheres do livro INTEIRO, na verdade) ter sua participação mais útil da trama: ela se corta acidentalmente numa serra enorme e deixa o sangue cair na caixa. Essa é só a primeira das várias estupidezes que virão. Depois disso, um bando de cientistas amadores e irresponsáveis deixam um cadáver voltar a vida e destruir tudo em volta sem tomar nenhuma providência decente. É nesse ponto, um punhado de páginas chatíssimas depois da capa, que a história começa de verdade.
O lugar começa a se resfriar cada vez mais rápido (mesmo levando em conta que a história se passa no Sul do país), até que descobrimos que os nomes na caixa são os codinomes dos vampiros dentro dela, e que combinam com o poder de cada um. Como eu disse antes, X-Men: First Night Class! Os vampiros aqui não são qualquer um, não senhor, são os ancestrais diretos dos alunos do Prof. Xavier. Aposto que seu mundo caiu, agora.
Depois do showzinho do Inverno, temos basicamente três linhas narrativas: os mocinhos (bleeeeeeeeeergh), os militares e os vampiros despertos (logo, o primeiro a despertar, Inverno, se junta ao Acordador, que pode criar zumbis. Êêê.).
A linha dos mocinhos, de maneira geral, é chatééééérrima. Consiste no mocinho genre savvy fugindo à toda brida com a mocinha Brasil a dentro, repetindo o quanto a ama e a quer fazer feliz, vendo a inútil ser sequestrada e indo atrás dela depois. Sério, 9 de cada 10 falas dele são a respeito de ele querê-la segura e do lado dele. É patético. Cruzes. Irc.
A linha dos milicas é um pouco mais legal, mas é construída naquele clichê hollywoodiano de caras de uniforme morrendo às pencas enquanto enfrentam ameaça sobrenatural/alienígena, enquanto um civil durão faz todo o serviço com menos da metade do armamento.
A terceira linha é a mais legal. E não é porque é protagonizada por vampiros, mas porque é protagonizada por vampiros renascentistas descobrindo os tempos modernos. Vez por outra, de uma maneira bem engraçada. Eles começam como vilões, mas viram meio que anti-heróis nessa hora. Eu sempre torço pelos vampiros, nos livros, especialmente quando os humanos são idiotas, e nesse livro, os humanos são idiotas ao cubo. Faça as contas.
Nas três linhas, a ação é cinematográfica e abundante. É fácil vencer o calhamaço. A única coisa que fica irritante depois de algum tempo é a tentativa do Vianco de subverter a todo custo aquela coisa de "só morre quem não tem nome". Papagaios, ele dá nome até ao cara que vai ser morto dois parágrafos adiante e mostra pedacinhos da vida dele. É de enlouquecer! Gaaaah!.......
*volta do ataque epilético*
Enfim. O fim de Os Sete é um simples prólogo para Sétimo. Nesse livro, o vampiro homônimo, ao contrário de seus "irmãos", ao invés de tentar voltar para Portugal na tocaia, sem chamar a atenção, começa nada menos que um exército, pra tentar dominar o mundo. Pra tentar se dar bem nessa empreitada, ele é guiado por um daqueles vampiros emo que ficam choramingando a cada cinco minutos que se tornaram monstros, mas nunca fazem um mindinho de esforço pra conseguir sangue de forma não-letal. Posers preguiçosos e idiotas!
As linhas aqui são ligeiramente diferentes. Temos a linha narrativa do Sétimo, que é um Drácula teen, com direito a noivas vampiras gostosas (que têm como única utilidade real fazer poses sensuais, provocar os mocinhos e seduzir os incautos pra beber o sangue deles - como as noivas do Drácula). Pense num aborrecente mimado e imagine que ele virou um vampiro com superpoderes from hell: esse é o Sétimo. Dá pra sentir simpatia por ele, assim com dá vontade de meter a mão na cara dele e mandar ele tomar tento e virar gente.
Na linha do vampiro emo, as coisas estão bastante animadas, mas menos que nas outras. Afinal, ele é o mocinho desse livro, e a linha dos mocinhos é a mais chata por contrato.
Temos a linha dos vampisomens (os lobisomens do livro são vampiros que viram lobisomens na lua cheia), que é bem legal e cheia de órgãos voando. Linda.
A linha dos militares evoluiu de "bucha de canhão" para "bucha de canhão + cientistas nazistas", e o militar durão do primeiro livro foi promovido a Capitão Nascimento.
Por fim, temos a lista dos caçadores de vampiros, que são um mercenário e um descendente do maior inimigo dos vampiros do primeiro livro, um maluco que se veste de armadura de prata (!). E vou te falar, eles chutam bundas com estilo.
Sétimo é bem mais movimentado que Os Sete. E bota mais nisso. Você devora o livro. Há uma evolução notável do autor ao longo dos dois. Ao fim de Sétimo, fica claro para mim que a mensagem dos dois volumes é: "Humanos são inúteis, a menos que sejam machos incrivelmente durões. Vampiros ruleiam! Heeeeell yeeeah!". Uma admirável mensagem, se quer saber.
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Dou nota 7/10 pro conjunto. Os livros são cinema escrito, pra resumir. Não espere escrita primorosa, desenvolvimento de personagens, dramas profundos e toda essa parafernália de livros cults. Tem todos os clichês, vantagens e desvantagens de um bom filme de ação. O TOC do Vianco de dar nome pros figurantes é um saco, o que só é compensado com sua total impiedade com os protagonistas. Cara, conheci poucos autores tão carniceiros quanto ele entre os protagonistas, e isso é sempre um refresco. Recomendadíssimo pra qualquer um que goste de um bom shonen, mas não para aqueles que procurem originalidade, escrita exemplar ou personagens profundos.
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Pronto. Tem uma pilha de livros que a Adriana me deu e mandou ler pra recomendar (positivamente ou negativamente) pra vocês. Tem muitos, mas vou fazer uma enquete ali no lado com os que mais me chamaram a atenção para a próxima coluna. Vote, ou vou falar sobre Crepúsculo. E você não vai gostar, porque vou te chamar de idiota.
Tá esperando o quê?
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